César Camargo Mariano grande parceiro de Simonal e Elis Regina

Neste post vamos falar de César Camargo Mariano e a parceria que ele teve com Wilson Simonal e Elis Regina!

Este conteúdo originalmente é do nosso canal no Youtube. Clique no link para assistir o vídeo A Relação de César Camargo Mariano com Wilson Simonal e Elis Regina. É só clicar aqui.

César Camargo Mariano
César Camargo Mariano e seu piano

O talento nato de César Camargo Mariano

César Camargo Mariano é de São Paulo, capital, nascido em 1943. Um pianista autodidata que aprendeu a tocar piano de ouvido, ainda muito jovem!

Puro talento. Com uns 14 anos já era chamado de menino prodígio porque tocava jazz com perfeição. Ou seja, ele é o tipo de artista que idealizamos que já nasce “pronto”, com muito dom.  Com pouco mais de 20 anos já era arranjador sem nunca ter estudado música.

A parceria de César e Simonal

Com o tempo, ele vai montar dois grupos Sambalanço Trio em 1964, e o Som Três em 1966. E foi com o Som Três que ele começou a tocar com o Wilson Simonal, ainda em 66 mesmo. A partir daí ele se torna o arranjador dos discos do Simonal, além de continuar tocando nos shows, e depois também vira produtor e diretor musical.

E não é à toa que, neste período que vai de 66 até 70, seja o auge do Simonal e que, ao mesmo tempo em que suas músicas tinham um forte apelo popular e comercial, tinham também muita qualidade musical.

Simonal e ele se entenderam muito bem por muito tempo. Os discos “Vou Deixar Cair”, os quatro da série “Alegria Alegria” e o “Simonal” de 1970, todos eles trazem a assinatura do César Camargo Mariano nos arranjos. Por isso podemos dizer que o Simonal era excelente, sim! Ótimo cantor, presença de palco inigualável, mas há de se destacar que quem elaborava muita coisa era o César. Ele tem muito crédito na estética da pilantragem.

César e Simonal
César e Simonal (primeiro e terceiro, respectivamente, da esquerda pra direita.

Contudo, infelizmente, Simonal e César Camargo brigaram em 1971, e esse desentendimento gerou o rompimento definitivo. E quem o convida pra trabalhar: Elis Regina. A partir de 1972 César Camargo Mariano já assume como arranjador da músicas e dos discos da Elis.

César e Elis, a parceria que foi além da música

E daí também não é à toa que é uma fase muito rica da obra da Elis. Que era igualmente virtuosa, a maior cantora, nada disso se discute. Mas, discos como “Falso Brilhante” e “Elis e Tom”, só pra citar os dois dos mais aclamados discos da carreira dela, têm os arranjos do César. E um sujeito que faz arranjo num disco do Tom Jobim. Não é pouca coisa.

Enfim, acho que se fizermos uma lista com as 20 melhores músicas da Elis, umas 15 têm os arranjos do César, se não for mais. E essa parceria vai se transformar em casamento. César e Elis foram casados de 1973 até 81 e tiveram dois filhos, que atualmente são cantores também: Pedro Mariano e Maria Rita. Com a separação, acabou também a parceria profissional deles.

Elis e César
Elis e César em um momento de intimidade.

Não dá pra saber, exatamente, como Elis encaminharia suas músicas sem o César, já que ela faleceria em questão de meses. Mas o César seguiu sua vida, sua carreira profissional. Mas sem mais se vincular diretamente a uma estrela. Ainda assim, ele seguiu fazendo arranjos, produzindo e dirigindo grandes artistas. Entretanto, ele passou a dar mais foco a projetos individuais e instrumentais. Ele é muito ligado aos Estados Unidos, morando lá, inclusive.

Sempre muito prestigiado, em 2006 César ganhou um Grammy Latino pelo conjunto da obra. Enfim, um gênio da nossa música, desses que recebem menos holofotes mas quando você para pra olhar, fica de queixo caído com a magnitude artística da pessoa.


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