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História de Carcará – João do Vale e José Cândido

Carcará – João do Vale e José Candido

Neste artigo você confere informações, história e letra da música Carcará, de João do Vale e José Cândido.

História de Carcará

“Carcará” já havia sido composta há quase dez anos pelo maranhense João do Vale e pelo letrista alagoano José Cândido; mas não houve interesse de artistas em gravá-la.

Em 1963, João do Vale passa a frequentar o bar Zicartola, de Cartola e Dona Zica, que movimentou o cenário musical carioca na época. Ele podia, assim, mostrar suas composições. E quando surgiu a ideia do show “Opinião”, um dos primeiros a contestar a ditadura militar, João do Vale foi escolhido para representar a classe nordestina, ao lado de Zé Kéti (o carioca pobre do morro) e Nara Leão (a moça de classe média alta).

João sugeriu “Carcará” para integrar a trilha do espetáculo, e o sucesso foi absoluto. Quando Nara cantava aplaudiam de pé. Meses depois, Nara teve de se ausentar e, para substitui-la, sugeriu uma baiana que ela havia conhecido em Salvador, no show “Mora na Filosofia”. A cantora era Maria Bethânia, que sofreu certa resistência de alguns membros da produção, mas foi aceita.

Com seu visual e seu vozeirão, Bethânia imprimiu ainda mais dramaticidade a “Carcará” e passou a ser  muito conhecida. O show ainda ficaria em cartaz até 1966. Bethânia lançou um disco compacto com “Carcará”, começou a aparecer na televisão. Sua interpretação foi tão marcante que demorou até que ela conseguisse desvincular sua imagem da música.

Informações Gerais

Ano de Lançamento:
1964.

Gênero:
Toada.

Compositores:
João do Vale (1933-1996) e José Cândido (1927-2008)

Gravações Representativas:
Nara Leão; Maria Bethânia; João do Vale; Elis Regina; Zé Ramalho.


Letra de Carcará.

Carcará
Lá no Sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião
Carcará quando vê roça queimada
Sai voando e cantando
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará
Come inté cobra queimada.

Mas quando chega o tempo da invernada
No sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim não passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Não vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega, mata e come.

Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andar
Ele puxa no imbigo inté matar
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Não vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega, mata e come.

Carcará
Carcará
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Não vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega, mata e come.


Para Ouvir:

 

Versão de Maria Bethânia no Show Opinião.

 

Versão de João do Vale e Chico Buarque

 


 

 


 

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