Saudosa Maloca – Adoniran Barbosa

Confira abaixo informações e letra da música Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa.

Saudosa Maloca

Em 1951 o grupo de samba Demônios da Garoa já havia feito sucesso com “Malvina” de Adoniran Barbosa. Já utilizando uma linguagem coloquial, com linguajar caipira-italianado, tipicamente paulista. E foi também neste ano que Adoniran Barbosa gravou seu primeiro disco, contendo “Saudade da Maloca” no lado B.

Em 1953, no set de gravação do filme “Os Cangaceiros”, dirigido por Lima Barreto, e que contava no elenco com Adoniran Barbosa como ator (ele que era humorista no rádio) e com os integrantes do Demônios da Garoa como figurantes (cangaceiros), o grupo conheceu “Saudade da Maloca” e decidiu cantar também.

Finalmente em 1954, os Demônios da Garoa lançaram no programa de rádio de Manuel de Nóbrega, na Rádio Nacional, dois sambas do compositor: Samba do Arnesto e a renomeada Saudosa Maloca. Em 1955, o grupo gravou esses sambas em disco e fizeram um grande sucesso.

Além deles, a cantora Marlene também gravou Saudosa Maloca, neste mesmo ano. E a canção passou a figurar entre os maiores sucessos de sua carreira.

Em 1957 os Demônios da Garoa lançaram o LP “Saudosa Maloca”, cantando oito sambas de autoria de Adoniran.

E em 1974, Adoniran Barbosa lança seu primeiro LP, registrando seus grandes sucessos, incluindo Saudosa Maloca.

A letra de Saudosa Maloca tem forte conotação social. Adoniran retrata a cidade de São Paulo, mas é um problema nacional a precariedade habitacional das regiões urbanas. O samba já prenunciava a eclosão de favelas e o aumento de pessoas em situação de rua, ou famílias sem-teto. Muito disso causado pela especulação imobiliária, mas sobretudo pela falta de planejamento do poder público.

Informações Gerais

Ano de Lançamento:
1951 (como Saudade da Maloca).

Gênero:
Samba.

Compositores:
Adoniran Barbosa (1910-1982).

Gravações Representativas:
Demônios da Garoa; Marlene; Adoniran Barbosa; Elis Regina; Beth Carvalho.

Letra de Saudosa Maloca.

Se o Sinhô não está lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está
Esse adifício arto
Era uma casa velha
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímos nossa maloca.

Mas um dia
Nós nem pode se alembrá
Veio os homens com as ferramenta
O dono mandou derrubá
Peguemo tudo a nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Apreciá a demolição
Que tristeza que nós sentia
Cada táubua que caía
Doía no coração.

Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
– Os homens tá com a razão
Nós arranjá outro lugar.
Só se conformemos quando o Jocá falou:
– Deus dá o frio conforme o cobertor.

E hoje nós pega palha nas gramas do jardim
E pra esquecer, nós cantemos assim:
Saudosa Maloca, maloca querida, dim dim
Donde nós passemos dias feliz de nossa vida.

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Para Ouvir:

 

Versão de Demônios da Garoa.

 

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Versão de Adoniran Barbosa

 

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