Trem das Onze é uma música muito bem humorada composta por Adoniran Barbosa, e que se tornou um clássico do cancioneiro nacional através do grupo Demônios da Garoa, em 1964. Neste post, vamos contar um pouco de sua história.
O humor era a marca do compositor Adoniran Barbosa, nome artístico de João Rubinato (1910-1982). Ele era, inclusive, comediante em programas de rádio. Cronista da cidade de São Paulo e de sua gente, Adoniran Barbosa já colaborava com os Demônios da Garoa desde os anos 1950. Malvina, Saudosa Maloca e Samba do Arnesto, por exemplo, já haviam feito um sucesso significativo.
E foi em 1964 que ele compôs Trem das Onze. Com letra e melodia bastante simples, o forte da composição é o modo espirituoso como Adoniran conta a história de um sujeito que se despede de uma mulher. Ele justifica as razões pelas quais precisa ir embora: O horário do trem é um dos motivos, mas sobretudo o que o aflige é o cuidado com a mãe e a casa.
Adoniran não morava no Jaçanã, obviamente que a referência feita é para aproveitar a rima com “só amanhã de manhã”. Porém, existia mesmo uma linha de trens que passava pelo Jaçanã, da extinta Tramway da Cantareira, ou Estrada de Ferro da Cantareira. Na ramificação que saia do Mercado Municipal, no centro, e ia até Guarulhos.
Os Demônios da Garoa gravaram a música no ano seguinte e, inclusive, venceram o Concurso de Canções Carnavalescas do Rio de Janeiro. A versão da banda, ficou bastante marcada pelo jogo de palavras:
Quais, quais, quais, quais, quais, quais
Quaiscalingudum, Quaiscalingudum, Quaiscalingudum
Em 1974, Adoniran finalmente grava seu primeiro LP e inclui Trem das Onze no repertório, consagrando, em definitivo, a canção com sua própria voz e seu sotaque “ítalo-paulista”.
Outras gravações significativas de Trem das Onze foram feitas por Gal Costa (1973), e por Caetano Veloso e Maria Gadú (2010).
No ano 2000, a Rede Globo lançou uma enquete para eleger os maiores sucessos da música popular brasileira de todos os tempos. E Trem das Onze foi classificada entre as 10 primeiras colocadas.
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora, às onze horas
Só amanhã de manhã.
Além disso, mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar.
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