Ponteio – Edu Lobo e Capinam

Neste artigo você confere informações, história e letra da música Ponteio – Edu Lobo e Capinam.

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Um pouco da História de Ponteio

Edu Lobo era um dos principais nomes da nova geração da música brasileira em meados da década de 1960. Ele havia se consagrado vencedor do I Festival Nacional de MPB, da TV Excelsior, em 1965, com a música Arrastão, feita em parceria com Vinicius de Moraes.

Em 1967, voltando de uma excursão na Europa, foi convencido pelo amigo e também compositor Dori Caymmi a colocar letra em uma música para concorrerem no III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record daquele ano. Ao ouvir a melodia, de saída pensou no verso: ah, quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar…

Porém, Dori Caymmi fez uma confusão e acabou suspendendo o convite a Edu, pois Nelson Motta, que já era seu parceiro de outrora, também trabalhara na criação da letra. Dori ligou sem jeito pra Edu, que entendeu a situação e não se ofendeu com a dispensa.

Mesmo assim, como Edu Lobo já tinha a viola pra cantar, deu sequência no tema que começara a imaginar. Criou a música, mas deu ao poeta Capinam a incumbência de colocar a letra. Tudo isso a três dias do fim do prazo para as inscrições no festival. E apesar de a letra ser longa, foi o tempo suficiente para sua criação.

O time de Edu Lobo para vencer o Festival

Uma vez inscritos na competição, Edu montou seu time. Convidou os grupos:

  • Quarteto Novo, formado por Theo de Barros (contrabaixo e violão), Heraldo do Monte (viola e guitarra) e Airto Moreira (bateria) e Hermeto Pascoal (piano e flauta).
  • Momento Quatro, formado por Zé Rodrigues (Zé Rodrix), Ricardo Sá (Ricardo Vilas), Maurício Mendonça (Maurício Maestro) e David Tygel.

Para acompanhá-lo nos vocais, convidou também Marília Medalha, atriz e cantora que conhecia do Teatro de Arena de São Paulo. Os arranjos foram feitos coletivamente, através de muitos ensaios. Além de tudo isso, Edu e Marília ainda contaram com uma ajudinha de Augusto Boal na direção cênica.

Ponteio no Festival de MPB

No Festival, as principais concorrentes foram as músicas Domingo no Parque, de Gilberto Gil; Roda Viva, de Chico Buarque; Alegria Alegria, de Caetano Veloso; e O Cantador, a música de Dori Caymmi e Nelson  Motta.

Ponteio, de Edu Lobo e Capinam foi a grande vencedora do certame, conquistando a Viola de Ouro e levando um prêmio em cruzeiros novos que equivalia a 14 mil dólares na época.

Ponteio de Edu Lobo e Capinam vencedora do Festival de MPB de 1967

 


Informações Gerais

Ano de Lançamento:
1967.

Gênero:
Toada.

Compositores:
Edu Lobo (1942- ) e José Carlos Capinan (1944-1972)

Gravações Representativas:
Edu Lobo; Elizeth Cardoso & Zimbo Trio; Radamés Gnattali.

 


 

Letra de Ponteio.

Era um, era dois, era cem
Era o mundo chegando e ninguém
Que soubesse que eu sou violeiro
Que me desse o amor ou dinheiro.

Era um, era dois, era cem
Vieram pra me perguntar
Ô você, onde vai
De onde vem?
Diga logo o que tem
Pra contar.

Parado no meio do mundo
Senti chegar meu momento
Olhei pro mundo e nem via
Nem sombra, nem Sol
Nem vento…

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar!

Pra cantar!

Era um dia, era claro
Quase meio
Era um canto falado
Sem ponteio
Violência, viola
Violeiro
Era morte redor
Mundo inteiro.

Era um dia, era claro
Quase meio
Tinha um que jurou
Me quebrar
Mas não lembro de dor
Nem receio
Só sabia das ondas do mar.

Jogaram a viola no mundo
Mas fui lá no fundo buscar
Se eu tomo a viola
Ponteio!
Meu canto não posso parar
Não!

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar…
Ponteio!

Pontiar!

Era um, era dois, era cem
Era um dia, era claro
Quase meio
Encerrar meu cantar
Já convém
Prometendo um novo ponteio

Certo dia que sei por inteiro
Eu espero não vá demorar
Esse dia estou certo que vem
Digo logo o que vim
Pra buscar.

Correndo no meio do mundo
Não deixo a viola de lado
Vou ver o tempo mudado
E um novo lugar pra cantar…

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Pra cantar!
Ponteio!


 

Para Ouvir:

Versão de Edu Lobo no Festival.

 

Versão de Edu Lobo original com Marília Medalha.

 


 

 


 

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